sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O LUGAR DOS POETAS

São as névoas perpétuas
Que cobrem a serra
Que o poeta procura
Quando a poesia se ausenta
E o poema não nasce.

Quando a musa se afasta,
E  já poeta não é,
É à magia da serra
Que o poeta recorre .

É entre as brumas que envolvem o  monte
Que as musas se escondem.
O poeta sabe onde estão e vai procurá-las.

No silêncio do bosque o poeta sonha.
Vê, musas, vê deusas, vê fadas
Que  cantam e dançam,
Cobertas apenas por diáfonos véus
Que lhes cobrem o corpo sem tapar a nudez.
O poeta, aproxima-se e dança com elas.

É então que a poesia regressa e o poema flui.

Tinha razão o poeta em confiar na magia da serra.
É ali, entre musas, deusas e fadas
Que é o lugar dos poetas.


Guilherme Duarte

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